segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Secretário de Cubatão diz que obras foram iniciadas para conter enchentes

Armando Reis Junior comenta projetos destinados ao bairro Vale Verde.
População fez um protesto neste domingo (5), devido à enchente.
Do G1 Santos

Na noite do último sábado (4), o bairro do Vale Verde, em Cubatão (SP), sofreu com as fortes chuvas. No domingo (5), os moradores fizeram um protesto e bloquearam a rodovia Padre Manoel da Nóbrega. Um representante da prefeitura de Cubatão comentou sobre as próximas ações necessárias para resolver o problema.


O secretário de Assistência Pública e Ação Social, Armando Reis Junior, afirma que diversas obras já foram iniciadas. “Em especial ao Vale Verde. Várias obras já começaram. É um investimento na ordem de R$ 2,5 milhões, com recursos federais e municipais. Essas obras iniciaram no revestimento de todo o canal e uma grande tubulação de águas fluviais que desaguará nas margens do mangue, em frente à rodovia.
Armando Reis Junior também explica porque as obras estão paradas. “Essas obras dependem também de licenciamento ambiental , justamente para ultrapassagem da rede fluviária federal, da concessionária ALL e da Ecovias. Essa tubulação passará por baixo da rodovia e da ferrovia e desaguará no mangue. Houve vários impedimentos, inclusive da parte da empresa contratada e também da parte de licenciamentos ambientais. Isso já está sendo resolvido, nos próximos dias, o licenciamento ambiental deve sair e as obras devem dar continuidade”, afirma o secretário.

Em nota, a Ecovias esclarece que a manifestação ocorrida na altura do km 276 da Rodovia Padre Manoel da Nóbrega, em Cubatão, não tem qualquer relação com a atuação da concessionária. Preocupada com a segurança dos usuários e manifestantes, assim como com a fluidez num dia de expectativa de tráfego intenso, representantes da empresa estiveram hoje no local e se colocaram à disposição dos moradores do condomínio Vale Verde para participar de reuniões e colaborar no que estiver dentro de seu âmbito de atuação.

domingo, 5 de janeiro de 2014

População faz protesto em Cubatão e fecha os dois sentidos de rodovia

Moradores protestam no Km 276 da Rodovia Padre Manoel da Nóbrega. Viaturas da Polícia Militar acompanham a ação.

    
             Centenas de moradores do bairro Vale Verde, em Cubatão (SP), realizam um protesto na tarde deste domingo (5), por causa da enchente que atingiu a cidade na noite deste sábado (4). Os manifestantes bloquearam os dois sentidos da Rodovia Padre Manoel da Nóbrega, que liga o litoral sul de São Paulo à capital. 
            A população se reuniu no local, por volta das 13h, bloqueou a via com pneus e ateou fogo. Segundo a Ecovias, concessionária que administra a rodovia, o tráfego está interditado no Km 276 devido à manifestação.
          Ainda segundo a Ecovias, na Padre Manoel da Nóbrega há lentidão sentido São Paulo do Km 281 ao 276, e o trânsito também está lento sentido Praia Grande do Km 274 ao 276. As rodovias Imigrantes e Anchieta ainda não têm reflexo por causa do protesto. A Polícia Militar em Cubatão enviou viaturas ao local.
         Algumas horas depois, durante a tarde, os manifestantes começaram a se dispersar e a pista foi liberada em ambos os sentidos.



segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Festival Esportivo do Vale Verde está com inscrições abertas

Na última edição, foram arrecadados 180 Kg de alimentos

Os esportistas do Vale Verde já estão se movimentado para a próxima edição do Festival Esportivo Beneficente, a ser realizado no dia 29 de setembro, no campo de futebol do bairro. Assim como nos anos anteriores, a competição visa a arrecadação de alimentos não perecíveis para a comunidade carente, atendida pela Igreja Nossa Senhora da Lapa, Matriz de Cubatão e pela Capela Nossa Senhora das Graças, localizada no Vale Verde.

Segundo o esportista Salvador Ruas, organizador do evento, a competição é destinada para atletas da categoria Veterano, acima de 35 anos. Todos os atletas participantes assumem o compromisso de doar um quilo de alimento não perecível, a serem entregues, logo após o encerramento do festival, para um representante da igreja. Mais informações e inscrições podem ser feitas pelos telefones: 8870-8780 ou 9169-5718.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

‘Queremos ensino de qualidade’, dizem os moradores de Cubatão

Encerramento de projeto revolta pais e alunos de escola no bairro do Vale Verde. Pais dizem que vão apelar ao Ministério Público.
Pais e alunos da Unidade Municipal de Ensino (UME) Mário de Oliveira Moreira, localizada no Vale Verde, em Cubatão, protestaram na manhã de ontem, na porta da escola, contra o encerramento, em janeiro e sem motivo aparente, do Projeto Transformar, reconhecido por reorganizar o meio escolar, oferecer currículo diferenciado e utilizar, de forma pioneira, o professor mediador.

Instituído por meio de uma resolução municipal de novembro de 2011, o Transformar tinha como metodologia aulas de roteiro, aprofundamento e oficinas temáticas, facilitando o aprendizado e, anos atrás, foi apresentado no 2º Encontro Município que Educa, realizado em Garça (SP), pela União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime/São Paulo), gerando elogios de outros municípios.

Também foi reconhecido pela Assembleia Legislativa. Segundo pais de alunos, antes não existiam aulas vagas, os professores eram motivados e ficavam mais próximos dos alunos, além das matérias terem o mesmo peso. Sem o projeto, os alunos ficam ociosos e vão mais cedo para casa, as oficinas foram canceladas, os professores faltam, algumas matérias são esquecidas e a escola deixou de ser referência.
Pais e alunos querem a volta do Projeto Transformar (Foto: Matheus Tagé/DL)
Pais e alunos querem a volta do Projeto Transformar
Neide Gonzaga Mantovani disse que os pais deverão apelar ao Ministério Público para trazer de volta o projeto. Mãe e tutora de aluno, ela critica o secretário municipal de Educação, Fábio de Oliveira Inácio, que, no mesmo tempo que institui o projeto, o encerrou sem dar satisfação à comunidade.
“Esse projeto era para durar quatro anos. A escola foi escolhida como piloto e o projeto seria avaliado a cada dois anos. Os alunos estavam amando o projeto e os pais participavam. Em outubro do ano passado, o Fábio Inácio chegou a convocar professores para participar do projeto. A desculpa para encerrá-lo foi falta de dinheiro e enchente no Município, que só aconteceu depois do encerramento do Transformar. Isso é brincadeira!”, afirma Neide. Outra mãe, Suse dos Reis, disse que os alunos do último ano do Ensino Fundamental vêm sendo os mais prejudicados. “Eles estão prestes a entrar no Ensino Médio e estavam com uma boa base.

Com o projeto, os alunos deixaram de ser copiadores de matéria para se tornarem pesquisadores. Hoje, está tudo acabado”, explica. Adriana Guerra revela que um dos alunos chegou a receber prêmio e “hoje, a maioria dos alunos querem deixar a escola”, comenta, acompanhada de Luciana Mendonça que completa: “minha filha quer estudar em outra escola porque não vê futuro nessa, que nem prova faz mais”. O aluno Leonardo Mantovani diz que vê com tristeza o fim do projeto.

“Ficamos sabendo do fim quatro dias antes da volta às aulas. Foi marcada uma reunião e a Secretaria de Educação nem mandou representante. Ficamos sabendo que o projeto parou em perseguição a professores que participaram de manifestação pelo 13º salário atrasado”, afirma. Victória de Mendonça salienta que os prejuízos são visíveis. “Antes, nós saíamos da escola no tempo certo e tínhamos qualidade no ensino. Hoje, nem matéria é dada com frequência para que possamos fazer provas”.

Câmara

A situação já chegou à Câmara. O vereador Severino Tarcício da Silva, o Doda (PSB), resolveu comprar a briga dos pais e alunos da escola. Ele revela que, além do encerramento do projeto, a escola perdeu infraestrutura.

“O prédio está danificado e a água vem por carro pipa”, comenta, enfatizando que os alunos estão perdendo aula. Doda ratifica a versão do aluno de que o encerramento do projeto foi em represália a 12 professores que participaram de uma manifestação por direitos trabalhistas. “O ódio não pode estar à frente da razão. Márcia Rosa está prefeita e não é eterna”.

Prefeitura

Ontem à tarde, houve uma reunião na Prefeitura com as partes envolvidas — Secretaria da Educação, pais, alunos, professores e vereadores. Uma ata da reunião foi encaminhada ao Ministério Público. A Prefeitura informou, após a reunião, que o projeto foi finalizado porque se tornou inviável tanto para sua continuidade quanto para sua extensão às demais escolas municipais após a crise financeira que a Prefeitura enfrenta com a queda de arrecadação de ICMS.

Isso porque a necessidade de carga exclusiva dos professores na escola acaba reduzindo o quadro em outras unidades. Essa situação somente poderia ser equacionada pela contratação de mais professores ou ampliação de jornada o que, nesse momento, pelas dificuldades conhecidas, é inviável.

Embora contestado pela outra parte, a Administração afirma que “a Secretaria de Educação (Seduc) vem se reunindo com representantes dos pais e alunos para esclarecer os fatos, bem como para encontrar uma alternativa que atenda aos interesses da comunidade escolar e às disponibilidades financeiras atuais da Prefeitura”.

Uma alternativa proposta pela Seduc é o retorno do projeto nos moldes de 2011. Naquela ocasião, primeiro ano de implantação do Transformar, os professores não ampliavam a jornada de trabalho na própria UME Mário de Oliveira, ficando à disposição da Seduc para assumir aulas em outras unidades escolares.

Vale Verde não suporta mais enchentes

A solução é simples e uma questão, em um primeiro momento, de manutenção periódica: desobstruir as várias galerias sob a linha férrea da Rodovia Padre Manoel da Nóbrega (SP-55) para que a tubulação cumpra o seu principal propósito que é o de dar vasão às águas pluviais e oriundas de cachoeiras que seguem por córregos e atingem o manguezal localizado em frente ao bairro.

Porém, basta uma nuvem mais carregada aparecer no céu para que as cerca de 800 famílias (3.200 moradores) do Vale Verde, em Cubatão, iniciem uma verdadeira corrida contra o tempo para se proteger das enchentes que, há meses, causam danos irreparáveis à comunidade. E olha que eles não moram em área de risco, como os bairros Cota, Água Fria e Pilões.

O pior dia dos últimos tempos foi 22 de fevereiro último. As chuvas proporcionaram uma enchente que deixou o bairro literalmente debaixo d´água. Na Rua João dos Santos Custódio — uma das principais do bairro — a água atingiu o teto de um fusca e entrou pelas janelas das casas.
Domingo passado, dia 17, outro sufoco. Os moradores já perderam as contas do número de móveis que perderam e veículos que tiveram que ser reparados em função das águas de março. Alguns chegaram a comprar barcos para escapar das enchentes e auxiliar os vizinhos, principalmente idosos e crianças.
Tubulação assoreada - Em manutenção, tubulação não permite escoamento das águas. Rafael Barros diz que “é crítica a situação” (Foto: Matheus Tagé/ DL)
Tubulação assoreada - Em manutenção, tubulação não permite escoamento das águas. Rafael Barros diz que “é crítica a situação”

Segundo o morador Manoel Serpa, a situação não muda porque há um jogo de empurra entre o poder público e a iniciativa privada. “Estamos no meio de uma briga entre a Prefeitura e a América Latina Logística (ALL), que tem a concessão da malha ferroviária que margeia o bairro. Ambas não querem assumir a desobstrução e a ampliação da tubulação. E quem sofre é a população”, explica Serpa.

O morador garante que, por parte da Prefeitura, dinheiro tem para solucionar o problema. “Temos a informação que o deputado federal Beto Mansur (PP) havia conseguido R$ 1,7 milhão para ampliar a tubulação. A pergunta é: por que não fazem a obra?”, questiona.

Rafael de Barros é outro morador revoltado. “É desesperador. O nível da água chegou a 60 centímetros dentro de minha casa. As galerias estão assoreadas e são mais altas que o bairro. A estrada serve como barragem. É crítica a situação”.

Daniel Pereira dos Santos. “Minha casa é alta e, mesmo assim, perdi móveis e maquinário. O córrego enche mesmo sem chuvas. Isso por causa do assoreamento da tubulação. A Prefeitura precisa cumprir sua parte”, questiona.

Fabiana Cordeiro e José Roberto Maia também se mostram inconformados. “Temos sofrido muito e a Prefeitura e a ALL não tomam providências. Tivemos que fazer buracos nos muros para a água escoar depois das chuvas”, conta Fabiana.

Mostrando uma mureta de contenção que teve que construir no pé de sua sala de estar, Maia revela: “Já tive que encarar quatro enchentes e não tive alternativa senão construir a mureta. Eu uso um barco para resgatar os vizinhos. Os políticos não resolvem nada”.
José Maia teve que construir mureta para impedir invasão das águas (Foto: Matheus Tagé/ DL)
José Maia teve que construir mureta para impedir invasão das águas
O bairro

Ao pé da grande Serra do Mar e margeando a rodovia, o Vale Verde é uma espécie de condomínio. Ele foi construído na década de 80 e projetado para receber um público de alto poder aquisitivo e substituir o cultivo de bananas, antigo negócio de uma família portuguesa em Cubatão.

Aos poucos o loteamento original teve que ceder espaço para uma sociedade popular, mas conserva ainda hoje o aspecto de condomínio, com direito a muros ao redor do bairro e portaria monitorada na entrada, apesar da passagem ser livre a qualquer visitante.
ALL e Prefeitura

Procurados pela Reportagem, a ALL e a Prefeitura, por intermédio de suas assessorias de imprensa, deram suas versões sobre a questão levantada pelos moradores. “Por se tratar de águas pluviais que passam pelo bairro, a limpeza é de responsabilidade da Prefeitura. Cabe a ALL acompanhar a execução da obra”, disse a empresa.

A Prefeitura de Cubatão revela que a manutenção nas galerias sob a linha férrea, no Vale Verde, tem sido feita regularmente. Disse que ontem havia uma equipe do Setor de Manutenção da Prefeitura e da Ecovias trabalhando no local. “Alguma demora no início desses trabalhos pode ocorrer porque há necessidade de autorização da América Latina Logística (ALL), responsável pelo trecho a ser beneficiado, sob os trilhos”, revela. 

A Administração Municipal informa ainda que existe um projeto de ampliação das galerias e que esse projeto foi enviado à ALL para aprovação, em agosto de 2012. “Até agora, a Prefeitura não teve retorno sobre a decisão da empresa, que costuma enviar tais projetos para apreciação da Agência Nacional de Transportes, por se tratar de área sob jurisdição federal”, completa.

A Prefeitura finaliza garantindo que a verba de Beto Mansur vem sendo utilizada nas obras de drenagem do Vale Verde e que verbas federais para obras do plano de macrodrenagem do Município, solicitadas pela Prefeitura, estão dependendo de aval do Ministério das Cidades.